domingo, 16 de setembro de 2012

Tradição e Acessibilidade

Foto 01: abertura do Projeto Social com participação do presidente do Coepede e demais autoridades.

O Rio Grande do Sul está em festa com a comemoração da Semana Farroupilha! Um dos palcos mais visitados é o Parque da Harmonia, onde mas de 300 entidades cultuam as tradições gaúchas!
No ano de 2011, o Piquete Segurança dos Pampas, coordenado pela Associação Assistencial e Recreativa dos Servidores da Secretaria de Justiça e Segurança do Estado do Rio Grande do Sul (Adesi), propôs como um de seus objetivos no Acampamento Farroupilha 2012, a temática da inclusão e repetiu a proposta em 2011.
Foto 02: grupo que participou de almoço no Piquete. 

Além de estimular uma cultura de direitos humanos, a proposta busca estimular que diferentes setores da sociedade possam estar pensando a acessibilidade. Conforme Gilberto da Rosa, patrão do piquete “está sendo um grande desafio para nos e ao mesmo tempo gratificante, pois diversas pessoas com deficiência tem frequentado o espaço.”

Projeto Social

Para perpetuar uma prática cultural na sociedade, é preciso estratégias para conquistar as futuras gerações, ou seja, envolver as crianças. Todo ideário farroupilha e a figura do gaúcho estão ligados a vida no campo. Conforme dados preliminares do Censo do IBGE (2010), a população gaúcha urbana corresponde a 85%, enquanto a rural é de 15%. A tendência urbana tem feito com que os CTGs tivessem ações mais diretas nas cidades. E há uma clara intenção de estabelecer ações direcionadas com a educação.

Foto 03: Samuel Ferraz declamando poesia.

Neste sentido, a partir de 2005, para obter um lote no acampamento Farroupilha todas as entidades precisam apresentar e executar um projeto cultural, que alie tradicionalismo e responsabilidade social. Cada acampado precisa assim, oferecer um projeto social, que deve ser direcionado crianças e adolescentes e é um dos requisitos para aquisição de lote. A proposta da Adesi deste ano envolveu mais de setenta participantes do Projeto PM Mirim do município de Alvorada, coordenados pelo sargento Eugenio.

Foto 04: Grupo de PM Mirins de Alvorada chegando no Piquete.

As crianças e jovens, além de aprenderem sobre o chimarrão, ouviram músicas tradicionalistas de Roberto Oliveira e Casemiro Olejenik que contagiaram a todos. Oliveira, cego, é presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Coepede), da Federação de Entidades de e para Cegos do Rio Grande do Sul (Frec) e membro da diretoria da Associação de Cegos do Rio Grande do Sul (Acergs) destacou que “é essencial que promovamos ações de sensibilização sobre diversidade, divulgando a capacidade das pessoas com deficiência”. Olejenik é cadeirante, músico e assessor parlamentar.

Foto 05: Roberto Oliveira em voz e violão aos PM Mirins de Alvorada.

Guarda da Chama

Guardar a chama crioula é um momento único para o gaúcho, pois simboliza a sintonia com nossa identidade. O jovem Samuel Ferraz, que possui deficiência física (cadeirante) participou pela primeira vez e sentiu-se muito honrado. “Estou feliz por que foi a partir da participação no CTG que me senti incluído.” Uma das atribuições de cada Piquete é a guarda da Chama Crioula, inclusive constando no alvará recebido da Comissão Municipal dos Festejos Farroupilhas por pelo menos uma hora, durante a Semana e, se descumprido, o documento não é liberado no ano seguinte.

Foto 06: Samuel Ferraz preparando-se para sua ronda a Chama Crioula.

A Chama crioula chega ao Parque no dia 07 de setembro e se completa no dia 14 de setembro. Existem “duas chamas”, e para entender melhor, é preciso resgatar a história da Chama, que começa em 1947, quando três dos oito jovens fundadores do MTG, participando do Encerramento da Semana da Pátria daquele ano, retiram no dia 07 de setembro uma centelha do “Fogo simbólico” que vinha de Pistóia (do cemitério dos soldados brasileiros mortos na Itália durante a 2ª Guerra Mundial), transportando-a para o saguão do Colégio Julio de Castilhos, onde constitui um altar cívico e iluminou as atividades da 1ª Ronda Crioula do Estado. Mais tarde, o MTG passou a realizar o Acendimento Oficial da Chama Crioula.

Foto 07: Samuel Ferraz guardando a Chama Crioula.

Conforme Jorge Amaro, vice-presidente do Coepede, a cultura gaúcha precisa garantir a acessibilidade e esta iniciativa mostra as possibilidades existentes. Sabemos que há muito a ser feito, mas precisamos valorizar o que está dando certo."

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